sábado, 16 de junho de 2012

Chovendo...





Entre risos e um bom forró tocado na TV encerro minhas linhas vazias com um peso de carga solitária. Faz silêncio no avesso. O céu se fecha, esconde as estrelas, o azul virá cinza e forçando os olhos vejo que é o cinza que encobre o marinho... Ah! As formigas voam, adentram para encostar-se nas luzes, até os insetos buscam o calor, que dirá eu que já temo o frio que vem lentamente soprando. Preciso trocar a roupa, aquecer a pele alva semi-nua, nada de lingerie preta ou hobby de seda, um bom pijama de calças e mangas longas (aquele da ovelhinha e suas patinhas), o frio já endurece os pelos claros e o duro seio que aponta para a solidão. Eu vejo o silêncio abraçando a rua, todos se agasalhando nas casas e nas tevês e eu só ouço "sempre Gabrieeela"... Estão assistindo o Gonzagão igual à minha sala. Só eu não vejo porque me seduzo pelo Céu que há de chorar logo mais. Penso em tecer minhas lágrimas com a Dele. Lavar os pés e as lembranças. Tonteio e sento na cadeira de plástico porque recordo o MAR. Meu saudoso MAR! Que seu sal nos recolha, misture-se com nossas águas e que tudo se mova para os infindos instantes em que os sonhos pararam de impulsionar o sorriso. E eu sorrio que logo penso que das dores serviram suas as lições, as chuvas me mostram que tudo logo escorre pra baixo e que o Sol nasce para cima e em breve ele se ergue. Sei que ergue, por isso espero na janela, com quimeras e se ficar sequelas...
...pintarei uma aquarela. Deixe-me chover em finas gotas de mim.


Bia Cunha

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